Como a alegria cristã é diferente da alegria do mundo?
AACC MS 2024
Cidadania
Sábado, 22 de Novembro de 2025    08h47

Como a alegria cristã é diferente da alegria do mundo?

Diferente em sua fonte, contexto e experiência

Fonte: David Mathis
Foto: Voltemos ao Evangelho

 

Vi as letras enormes de uma única palavra alemã, seguidas de um ponto de exclamação. Ela adornava a imagem gigante de um automóvel: “FREUDE!”

A nova campanha promocional da BMW estava estampada por toda Munique quando a visitei anos atrás com John Piper. Eu não falava alemão, mas John falava, por causa dos estudos que fez lá na década de 70. Finalmente, me virei para pedir a tradução do slogan de uma palavra. Ele sorriu e disse: “Alegria”.

Alegria que elogiamos

Alegria e felicidade não são palavras incompreensíveis para o mundo. Os seres humanos hoje, assim como ao longo da história, desejam ser felizes. Ansiamos por alegria genuína. Passamos nossas vidas, consciente ou inconscientemente, buscando diversas satisfações para nossos anseios mais profundos. Pensamos e falamos sobre felicidade de inúmeras maneiras. Os profissionais de marketing mais experientes sabem que estão vendendo alegria e felicidade. As montadoras de automóveis sabem disso. Até mesmo as redes de fast-food sabem, como exemplificado na campanha de Natal “Espalhe a alegria!” ou na atual “Alimente sua felicidade”.

E alegria e felicidade são palavras manifestamente bíblicas. As Escrituras estão repletas de menções à alegria, ao regozijo e ao deleite; de ​​apelos ao desejo e promessas de recompensa; de testemunhos de satisfação e felicidade. Os cristãos, mais do que ninguém, não abandonam a verdadeira felicidade para se curvarem diante do nosso Criador, mas, ao contrário, segundo as Escrituras, o nosso Deus é glorificado em e através do seu povo que encontra a verdadeira felicidade nele.

Como cristãos, nós elogiamos a alegria e a felicidade. Usamos essa linguagem e abraçamos essa busca. Mesmo que o mundo também busque e fale de alegria e felicidade. Mas será que é a mesma alegria e felicidade?

Três sinais da verdadeira alegria

Em certo nível, cristãos e não cristãos buscam a mesma coisa. O desejo profundo, inato de Deus, presente no coração humano, o impulso em direção à alegria e à satisfação da alma, é compartilhado por todos nós. Todos queremos ser felizes. Compartilhamos e partimos dessa mesma aspiração primordial. Mas como os caminhos se divergem nessa busca!

Assim, em outro nível, a experiência cristã de verdadeira alegria e felicidade genuína é enfaticamente diferente da experiência de alegria e felicidade que o mundo tem sem Cristo. Por mais equivocados que sejam os esforços humanos para satisfazer o impulso universal em direção à felicidade, encontrar Jesus reorienta esse impulso para o foco correto, duradouro e verdadeiramente satisfatório.

O chamado ao hedonismo cristão, como alguns de nós gostamos de chamá-lo, não é uma convocação para buscarmos nossa própria alegria como o mundo faz. A alegria que buscamos, aquela que genuinamente satisfaz a alma e, portanto, glorifica a Deus, é um tipo de alegria diferente daquela que o mundo conhece à parte de Cristo.

Então, como a alegria cristã difere da alegria que o mundo entende por alegria? Considere pelo menos três aspectos.

1. Fonte: O próprio Deus em Cristo

Primeiramente, e de forma mais clara, a alegria cristã difere da alegria mundana em sua origem. No fundo, a alegria cristã está em Cristo, e não separada dele. Jesus, em quem habita toda a plenitude de Deus em plena humanidade (Colossenses 2.9), é a fonte final e mais profunda da nossa alegria. E nesta era, Jesus nos é apresentado por meio das Escrituras. Assim, a alegria em Cristo torna-se, por extensão, alegria em sua palavra. A alegria nas Escrituras e por meio delas, portanto, torna-se não um teste infalível, mas um teste profundamente revelador da nossa alegria em Jesus.

A alegria cristã reside na presença e proximidade de Deus, e não em sua ausência (Atos 2.28). A alegria cristã está tão profundamente ligada à fé cristã que Paulo pode falar da “alegria da fé” e até mesmo de alegria e fé como sinônimos em alguns contextos (2 Coríntios 1.24 ; Filipenses 1.25). Tão enraizada está a alegria cristã na grandeza do nosso Senhor, e não na nossa própria, que podemos ter alegria na (e não apenas apesar da) fraqueza pessoal, porque a nossa fraqueza é uma ocasião para o nosso poderoso Cristo demonstrar a sua força (2 Coríntios 12.9). A alegria cristã, portanto, não é a alegria que pode ser produzida em nossa própria carne humana, mas a alegria sobrenatural que é produzida no Espírito Santo (Atos 13.52; Romanos 15.13; Gálatas 5.22; 1 Tessalonicenses 1.6). Essa alegria, diferente da alegria do mundo, pode nos fortalecer para suportar a pilhagem de nossos bens terrenos, sabendo que em Jesus temos uma Possessão melhor e permanente (Hebreus 10.34).

Essa alegria, diferente da alegria do mundo, é, em última análise, intocável por Satanás, pelo homem pecador e pelas circunstâncias — porque sua fonte é intocável. Ele ressuscitou, foi glorificado e reina à direita de Deus. E se o próprio Jesus é a fonte mais profunda da nossa alegria, então, como o próprio Jesus diz, “ninguém lhes tirará a alegria” (João 16.22).

2. Contexto: Tristezas, Sofrimento e Irmãos Santos

Conhecendo Jesus como a pessoa da alegria e o seu Espírito como o seu poder, passamos da fonte ao contexto. A alegria cristã não depende das circunstâncias terrenas. Ora, a alegria natural depende muito delas, e assim encontramos mais um teste para o tipo diferente de alegria do cristão.

A alegria cristã não precisa do apoio constante de ambientes favoráveis, mas brilha com mais intensidade na tristeza e no sofrimento. É uma alegria que transborda até mesmo (e especialmente!) na aflição (2 Coríntios 7.4; 8.2). Ela é mais profunda do que as diversas provações desta vida (Tiago 1.2). A alegria cristã, ao contrário da alegria mundana, não desaparece quando a perseverança e a paciência são necessárias, mas nos sustenta no desafio (Colossenses 1.11; 1 Tessalonicenses 1.6). Ela olha para a eternidade, em vez de simplesmente para o momento presente, e por isso pode até mesmo suportar a perseguição (Mateus 5.12; 1 Pedro 4.13). Essa alegria guiou e sustentou o próprio Jesus ao suportar a cruz (Hebreus 12.2).

O contexto atual nos lembra que a alegria cristã, nesta vida, se encaixa perfeitamente com o lugar onde nos encontramos na história de Deus. Jesus veio como a Alegria encarnada, ressuscitou e reina. Nele, a verdadeira alegria já é profundamente possível. Contudo, o arco completo da história ainda não está completo. As alegrias que experimentamos nesta vida não são isentas de nuances. Em breve, haverá uma nova plenitude e profundidade de alegria quando todas as lágrimas, dores e sofrimentos estiverem completamente e definitivamente para trás. Ainda assim, há uma densidade e riqueza de alegria em Cristo que nos transcende e nos sustenta, mesmo agora, em nossa era de pecado, tristezas e sofrimentos.

E, no contexto atual, o que é relevante para a alegria não são apenas os desafios do sofrimento e das tristezas, mas também as alegrias dos irmãos na fé. Sozinhos, nossa alegria é mais frágil. Juntos, ela se intensifica. A alegria compartilhada é uma alegria em dobro, como alguns gostam de dizer, e como os apóstolos atestaram (2 Coríntios 2.3; Filipenses 4.1; 1 Tessalonicenses 2.19-20; 1 João 1.4). E tão doce era essa alegria em dobro que eles abraçaram o sofrimento que advinha de espalhar e compartilhar sua alegria por toda parte.

3. Experiência: Mais profunda, mais longa, mais pura

Finalmente, a alegria cristã difere da alegria mundana em sua experiência. Os cristãos testemunham ter experimentado uma felicidade e desfrutado de uma satisfação em Jesus que supera a do mundo em profundidade, permanência, solidez e pureza.

Os cristãos conhecem as alegrias terrenas não apenas de suas vidas pré-cristãs, mas também de sua vida contínua neste mundo. Conhecemos a alegria de jogos de bola e festas de aniversário. E conhecemos a alegria da meditação iluminada pelo Espírito na Palavra de Deus e da comunhão em adoração a Cristo. Alegrias terrenas justas são alegrias genuínas, e não apenas permitidas para os cristãos, mas também boas oportunidades para servir e aprimorar as alegrias espirituais. Podemos integrar essas alegrias naturais e desfrutar verdadeiramente de Jesus por meio de jogos de bola e festas de aniversário. E podemos colocá-las lado a lado e fazer a comparação (como Paulo faz em Filipenses 3.4-11). E nenhum cristão que tenha experimentado a verdadeira e genuína comunhão com Jesus afirmará que o jogo de bola é a melhor alegria.

Isso não significa que estejamos livres do pecado inerente e da luta para ordenar corretamente nossas alegrias. Mas a insanidade dos enganos momentâneos do pecado não se sobrepõe à profundidade, permanência, solidez e pureza da felicidade que conhecemos em plena consciência. Em nossos melhores momentos, estaríamos prontos a vender tudo para ter o tesouro que é Cristo (Mateus 13.44). Encontraríamos nele uma alegria tão rica que nos permitiria suportar vergonha e desonra por sua causa (Atos 5.41; Hebreus 12.2). E nessa alegria, gastaríamos e nos faríamos gastar pelos outros, em vez de usar de estratégias para tirar algo deles (2 Coríntios 12.15; Atos 20.35).

Jesus era de fato um “homem de dores” (Isaías 53.3), mas também “ungido… com o óleo da alegria, mais do que [seus] companheiros” (Hebreus 1.9; Salmo 45.7; Isaías 61.1-3). Ele era profundamente feliz, e não simplesmente animado. Sua alegria não era empobrecida pela carga de tristezas e sofrimentos; era ainda mais rica. E assim também é a nossa — uma alegria diferente da alegria do mundo em sua origem, contexto e experiência cotidiana.

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